Review / Tutorial: The Legend Of Heroes – Trails of Cold Steel III

The Legend of Heroes – Trails of Cold Steel III é o oitavo jogo da série Trails e o terceiro do arco de Erebonia. Continua a série em uma engine melhorada e temos novamente Rean Schwarzer como o protagonista, agora formado e como instrutor da nova filial da Thors aberta na cidade de Leeves. Sobre spoilers aqui cuidei ao máximo para não falar nada relativo relevante do enredo focando o review em outros aspectos. Vamos lá.

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Título: The Legend of Heroes – Trails of Cold Steel III
Desenvolvedora: Nihon Falcom
Gênero: JRPG
Localização: NIS América
Plataformas: PS4, PC, Nintendo Switch
Lançamento: 2017 (no Japão para PS4 e 2019 no restante do mundo), 2020 para PC e Switch

Em Erebonia novamente

O jogo tem seu início em torno de 1 ano após os acontecimentos finais do jogo anterior, se passando também no Império de Erebonia. O foco ficará na filial da academia militar de Thors aberta na cidade de Leeves, na região central de Erebonia.cs3_map

Temos novos personagens principais além do Rean, e várias aparições de personagens já familiares para quem jogou a trilogia Sky, a duologia de Crossbell e também os Trails of Cold Steel anteriores obviamente. Os jogos de Crossbell e os Cold Steel anteriores se passam na mesma linha temporal. Aqui teremos uma união dos acontecimentos das sagas. É possível começar a série por este jogo? A minha recomendação é não. A probabilidade do jogador ficar perdido no meio de tantos personagens e histórias é grande. Minimamente começar no início do arco é a recomendação que deixo, caso não tenha a oportunidade ou queiram jogar os anteriores. O prévio conhecimento dos acontecimentos de Crossbell porém é muito interessante e aumentará a imersão, já que estes jogos são ainda mais ligados que aos da trilogia Sky. O jogo porém tem no menu inicial um bom resumo do que se passou nos Cold Steel anteriores, com uma pequena descrição dos personagens principais e durante o jogo dá uma breve introdução normalmente a cada personagem apresentado, mas sem explicar muito do contexto maior onde se encaixa. E falando de personagens, são muitos, somente considerando o cast de personagens que podem ser controlados temos em torno de 20 ao longo do jogo, 6 principais e o restante em alguns momentos da história apenas, como velhos colegas da antiga Class VII e outros personagens dos 3 arcos de Trails.

O jogo foi desenvolvido na mesma PhyreEngine da Sony utilizada nos 2 jogos anteriores do arco, porém evoluiu de forma significante, tendo melhor modelagem nos personagens, especialmente para os principais, melhor iluminação e texturas. Pode não ser comparável a alguns jogos de produção AAA (afinal, a Falcom é uma empresa pequena), mas a evolução ficou muito boa na minha opinião.

O review aqui é com base na versão PC adquirida na Gog, que é um port de qualidade desenvolvido pela PH3 e publicado pela NISA, rodando bem até mesmo em uma placa de vídeo abaixo dos requisitos mínimos (usei uma GTX 550 TI com filtros menores).

Personagens

Temos inicialmente como personagens principais Rean e 3 alunos da nova Class VII formada na filial de Thors em Leeves.

cs3_rean Rean Schwarzer é o instrutor da nova Class VII e responsável por aulas de história na nova filial da Thors. Usa como arma um tipo de espada chamado tachi. É conhecido também como o “Ashen Chevalier” (Cavaleiro Cinzento) por controlar Valimar (uma espécie de mecha). Além de instrutor, trabalha para o governo também. Tem 20 anos.
Juna Crawford frequentava a academia de polícia de Crossbell e se transferiu para a nova Thors. Usa como armas uma espécie de tonfas, mas que também pode ser usada como arma de fogo de longo alcance. Tem 17 anos. cs3_juna
cs3_kurt Kurt Vander é o irmão mais novo de Mueller Vander, e integrante da família conhecida pela escola Vander de artes marciais no combate com espadas, além de também serem responsáveis pela proteção da família imperial. Acabou entrando para o campus secundário de Thors e usa duas espadas como armas. Tem 17 anos.
Altina Orion está na nova Class VII como aluna e também para ficar de olho no Rean a serviço da agência de inteligência do governo comandada pelo chanceler Giliat Osborne. Ela não usa diretamente armas, mas controla uma espécie de autômato de combate chamado Claiomh Solais. Sua idade é desconhecida, tendo aparência de em torno de 14 anos. cs3_altina

Há muitos outros personagens a descobrir, mas o foco aqui é não falar em enredo, deixando isto para ser descoberto naturalmente no jogo em si.

Estrutura do jogo

A rotina básica de Rean e alunos é de aulas/treinamentos em Thors seguido de uma missão de campo, misturando elementos dos gêneros RPG com aventura/simulador de relacionamentos, estilo já conhecido do arco Cold Steel. Na rotina em Leeves o jogador controlará principalmente Rean, onde usará seu tempo livre para ajudar pessoas da comunidade local e alunos. Já nas missões temos Rean e a Class VII além de outros personagens em alguns momentos. Em Thors além das turmas temos cada aluno pertencendo a um clube em que cada um decidirá se juntar e formar.

A cada período de tempo livre haverá um certo número de vínculos (bonds) para usar e interagir com alguns personagens principais da história, deixando a relação mais próxima entre Rean e esta pessoa. Além disto nas lojas em Leeves e nas cidades a visitar as vezes terão itens por tempo limitado que poderão ser comprados para presentear pessoas, incrementando o nível de relacionamento. Com vínculo cheio tem uma cena especial no final do quarto capítulo do jogo que pode ser vista (não precisa de todas as informações da pessoa, somente o vínculo cheio com 5 estrelas completas). Eventos de vínculo aparecem nos ícones dos personagens com um ponto de exclamação amarelo no “quick map”, também usado para se mover rapidamente de um local a outro. Alguns outros vínculos poderão ser feitos viajando a algum local nos tempos livres em Leeves. Não tem como completar todos eventos em uma jogatina, logo, foque nos personagens que gostar mais ou algum evento que interessar mais. É possível porém ver todos eventos especiais com personagens no capítulo 4 se salvar fizer certos eventos, e der load no save anterior para ver com outros personagens.

Tanto em Leeves como nas missões de campo terão quests a fazer, tendo as requeridas para seguir a história e opcionais (listadas e não listadas). Estas quests vão melhorar o rank de Rean como instrutor e o nível da academia com o passar do tempo. No início temos a nova Thors sem prestígio algum, apesar de alguns nomes famosos que veremos nela. Melhorar o nível acadêmico vai gerar melhorias para a própria academia, como novos estabelecimentos e locais ficando disponíveis. Pontos extras são ganhos dependendo de como são resolvidas as quests (AP – Academic Points).

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Há uma quantidade enorme de side-quests e quests ocultas (aquelas não listadas e que somente falando com tal pessoa a tal momento abre para fazer). Neste capítulo porém a Falcom facilitou um pouco a vida dos jogadores, deixando marcadores para qualquer quest, seja principal, opcional ou oculta. Mas estes não aparecem no mapa principal, somente entrando na área em questão e olhando o mapa.

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Temos uma Erebonia “viva”. Os npcs continuam tendo destaque, com pequenas histórias que o jogador pode seguir ou completamente ignorar se preferir. Para citar uma, recomendo acompanhar a rotina da Jingo, da loja de usados de Leeves, interessante e bastante peculiar (para quem jogou os jogos de Crossbell deve se lembrar dela). E como de costume na série, não encontrarão NPC que fica o jogo inteiro parado no mesmo local reclamando estar atrasado para tal coisa hehe. O detalhamento das pequenas coisas, a atenção a detalhes continua boa. Fachadas de lojas são na maior parte únicas, tendo seus próprios logos por exemplo. Diferentes cidades, diferentes estilos arquitetônicos, cada local em que o grupo visita será único.

A cada capítulo nas missões de campo Rean e grupo poderão ajudar alguns personagens que estão em Leeves:
– Munk com histórias interessantes que ouvirem pelo mundo.
– Rosine achando certos textos a decifrar (os Black Records que contam a história de Erebonia).
– Vivi com fotos de paisagens interessantes para suas reportagens.
Os nomes desses personagens são familiares, se lembram deles? E há recompensas para isto que valem a pena. Estes eventos contam com os marcadores também nos mapas também, facilitando completar eles todos. Ah, e além das recompensas nos capítulos tem uma recompensa especial completando todos também.

Nas missões o jogo alterna em diversos momentos personagens que são possíveis de controlar. Algo a mencionar é que podem equipar os melhores equipamentos em qualquer personagem que mais gostarem/quiserem utilizar, pois quando deixam o grupo eles devolvem os equipamentos, assim não ficarão presos sem acesso a aquele item único que acabou por equipar para enfrentar um chefe e daí o personagem some do grupo e leva embora o item. Usem a vontade personagens conforme a preferência sem esta preocupação.

E outra informação útil é que nas missões cada membro da escola tem algumas atribuições. Por exemplo Tita é a nossa engenheira orbal trainee, precisando de quartz é falar com ela (em Leeves e nas missões) ou com o Pablo (apenas nas missões). Freddy a medida que tiver ingredientes, o grupo poderá conseguir com ele seus pratos peculiares (de baixo custo e bons efeitos de cura). Kairi é responsável por uma espécie de farmácia da academia nos acampamentos das missões. Sandy está sempre em busca de sementes para a horta da academia, e doando a ela as que encontrar poderá comprar frutas e outros alimentos. Temos também estudantes que compilam dados, como Louise com dados sobre pessoas, Tatiana para livros. Compre sempre o jornal Imperial Chronicle ao início de cada capítulo e algumas edições no meio deles quando surgirem. Há outros livros a coletar também. Valerie compila dados sobre monstros, cada análise de inimigo conta. E a cada vez que atingir um nível significativo desses dados, ganhará uma recompensa destas personagens e o nível da academia melhora. A horta da Sandy tem influência nisto também.

Jogabilidade/sistema de batalha

Aqui temos uma evolução dos jogos anteriores, com adições e mais dinamismo no combate. O sistema de batalhas continua em turnos com toques de estratégia, podendo se mover no campo de batalhas, ataques com diferentes áreas de alcance e os turnos podem ser avançados/atrasados conforme os ataques, além dos turnos poderem ter um bônus ou penalidade. Há um modo turbo e pode-se dar skip das animações (algumas arts podem ser longas). Especialmente em locais onde tem muitas batalhas são recursos úteis.

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Os personagens continuam com atributos básicos já conhecidos.
STR -> força física
DEF -> defesa física
ATS -> poder das arts
ADF -> defesa contra arts
SPD -> velocidade, quanto maior, mais rápido personagem ganha turno
MOV -> alcance do movimento nas batalhas
DEX -> acerto dos ataques físicos
ACC+ -> complemento de Dex
AGL -> Esquiva de ataques físicos
EVA+ -> complemento a AGL, deixe em 100% e vire um mestre em esquivar ataques físicos
RNG -> raio de alcance dos ataques
CRT+ -> chance de acertar ataques físicos críticos, dando mais danos

As 3 barras que temos são:
HP: Health Points, a barra de vida do personagem.
EP: Energy Points, a barra que é consumida com o uso de arts (magias).
CP: Craft Points, a barra que é consumida com o uso das habilidades (crafts e s-crafts). Cada personagem tem as suas únicas habilidades, e mais são aprendidas com o ganho de levels. Inicialmente temos personagens que não terão S-Craft. Rean e Altina tem desde sempre.

EXP e NEXT são pontos de experiência e quanto falta para o próximo level up respectivamente.

Os personagens podem causar nos inimigos ou serem aflingidos por diversos status. Eis a lista.cs3_abnstatus

Os Master Quartz introduzidos em Trails to Azure continuam, e agora a partir de certo momento do jogo poderão ser utilizados além do Master Quartz principal um secundário, com efeito limitado (todas arts, ganhando menor estatísticas que o padrão e apenas a primeira habilidade é ganha). A medida que o Master Quartz evoluir com o ganho de EXP nas batalhas, mais habilidades, arts e stats serão incrementados. Habilidades podem evoluir também.cs3_mquartz

Vamos as batalhas. O menu de combate se tornou mais dinâmico, acessando as principais opções com um botão diretamente ao invés de ter de selecionar a opção com um cursor. As batalhas se dão no mesmo local em que o jogador encontra os inimigos, tendo um pequeno loading apenas para carregar os personagens e inimigos (onde o inimigo visível no mapa corresponde a um grupo de inimigos).cs3_battle1

Ao lado do indicador dos turnos na esquerda podemos ver alguns símbolos. Estes são bônus ou penalidades conferidos em certos turnos randomicamente ao iniciar uma batalha. Na imagem acima podemos ver que um inimigo ganhará 10% de HP em seu turno, mais abaixo outro inimigo terá 100% de chance de ataque crítico e a Altina terá um turno onde poderá utilizar uma Brave Order sem consumir BPs. Isto no momento atual ilustrado acima, pois há ataques (pelo grupo e dos inimigos) que podem alterar esta ordem de turnos (dar delay), ou mesmo com uso de S-Craft, alterando quem ganhará estes bônus. Podemos ter também penalidades, como perda de todo CP no turno (evitem este hehe).

S-Crafts são habilidades especiais onde um personagem com ao menos 100 CP pode interromper qualquer turno executando um ataque ou dando suporte ao grupo consumindo toda sua barra de CP. Com CP cheio (em 200) o ataque ou habilidade de suporte tem seu efeito ampliado.

Os inimigos tem uma certa chance de serem aflingidos por status negativos, que podem ser vistos analisando-os ou se já foram identificados anteriormente, caso não seja a primeira batalha com eles. Há quartz de identificação automática e análise automática após vencer inimigos.cs3_enemyanal

Os personagens podem formar links de combate, conferindo vantagens (como ao um usar uma art o outro recarregar parte da sua EP ou desferir um ataque final caso o inimigo tenha ficado com pouco HP) e onde é possível atacar mais de uma vez por turno. Conforme o level do link aumenta, mais possibilidades são ganhas.

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E cada personagem tem um tipo de ataque, com maior chance de desequilibrar certos tipos de inimigos. Desequilibrando possibilita encaixar um ataque com o parceiro linkado ou ataque em grupo (todos personagens atacarão todos inimigos). Um ataque com parceiro ganha 1 BP (Bravery Point), enquanto podemos usar os BPs para desferir um ataque maior usando BPs acumulados: em dupla (usando 2 BPs) ou em grupo (usando 5 BPs). Estes BPs são ganhos através de bônus de turno ou encaixando o segundo ataque com o parceiro mencionado acima.cs3_unbalance

Iniciando uma batalha com mais inimigos próximos ocorrerá mais de uma batalha em progressão, tanto quanto o número de inimigos próximos. Mais cuidado com recursos e a saúde dos personagens é necessário, porém mais vantagens são obtidas, como aumento de experiência ganha. Outro ponto falando de vantagens é que as batalhas tem recompensas por diversos objetivos como terminá-las rápidas, vencer sem levar dano ou vencendo 3 inimigos juntos. Tudo isto soma na quantidade de experiência ganha, com um bônus multiplicador por cada feito.

E continua havendo a vantagem de atacar os inimigos de surpresa, conforme sempre foi na série. Se o jogador for atacado de surpresa porém ficará em desvantagem, podendo iniciar a batalha com formação diferente da usada (com personagens que estão na reserva) e o turno inicial é dos inimigos. Quando pegar de surpresa o inimigo é ganho o turno inicial e conforme a situação mais bônus.
1) Sem atacar: dá 1x de vantagem ganhando o turno inicial.
2) Atacando: dá 2x de vantagem, ganhando o turno inicial e com bônus de com todos personagens ganharem 10 CP.
Além disto, atacando com o novo recurso de “Assault Attack” (de surpresa ou não) que dispara uma espécie de projétil de longe se inicia a batalha ganhando todos os bônus anteriores e mais 50% de dano de break em cima de todos os inimigos (falarei a seguir sobre o que é o break). Esse ataque usa a charge gauge, que é recuperada atacando inimigos antes das batalhas e destruindo objetos pelo cenário (que rendem também sepiths, itens e com sorte um U-Material, usado para criar itens superiores no jogo).

Break e as Brave Orders são novos recursos dentro das batalhas. Break é uma espécie de nocaute dado no inimigo, quando a sua barra de break fica zerada. Ataques além da barra de HP vão baixar a barra de break dos inimigos. Há Master quartz e crafts que aumentam dano de break, além de Brave Orders que aumentam todos os danos para a barra de break. Um inimigo em estado de break leva mais danos de qualquer tipo de ataques. Alguns inimigos podem entrar em uma espécie de fúria, chamada no jogo de estado “Enhanced”, onde ataques deles ficam mais fortes, mas também ficam mais sucetíveis a break neste período.cs3_break

Brave Orders são uma espécie de grito de guerra que dá algum buff nas batalhas ao consumo de BPs. Cada personagem tem uma, sendo que Rean tem mais de uma. Como exemplo de Brave Order temos Slegdehammer da Juna, que aumenta dano de break para todos personagens em 300%.
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Outro detalhe que merece menção é que a Juna tem 2 tipos de ataques, e que pode ser alterado quando for seu turno (modo striker de curto alcance, e modo gunner como arma de fogo de longo alcance).cs3_junaatk

Além das batalhas normais, temos em alguns momentos também batalhas em mechas, que funcionam um pouco diferentes.

A principal forma de ganhar dinheiro é trocando mass sepiths por Mira (que é “a moeda” usada em Zemuria). Mass sepiths só tem esta função, e são conseguidos derrotando inimigos nas batalhas principalmente.
Temos diversas lojas vendendo diferentes tipos de produtos nas cidades e na academia. Equipamentos (cada personagem pode equipar uma arma, armadura, sapatos e 2 acessórios), as lojas Orbais vendendo quartz que se troca por sepiths adquiridos principalmente derrotando inimigos e onde se pode habilitar os slots para quartz no Arcus II (que é um equipamento que os personagens usam para comunicação e que habilita usar arts). De início poucos slots para cada personagem estão disponíveis. Quartz que podem ser usados tem efeitos diversos. Desde uma art de ataque ou cura a adicionar efeitos aos ataques e crafts dos personagens (adicionar chance de diminuir STR nos inimigos ao atacar, petrificar ou envenenar inimigos, etc). Os quartz e os Master Quartz existem sempre associados a um elemento: Terra (amarelo), Água (azul), Ventos (verde), Fogo (vermelho), Tempo (preto), Miragem (cinza) e Espaço (dourado).

Personagens podem trocar as roupas padrões e colocar acessórios. Tem roupas/acessórios ganhos dentro do jogo ao participar de certos eventos ou com o avançar da história, e há dlcs também. Estas personalizações podem ser feitas através do menu “Costumes”.cs3_costumes

Há alguns mini-games no jogo, como pescaria, o jogo de cartas Vantage Masters, que foi uma bela troca em relação ao Blades dos jogos anteriores, tendo uma complexidade um pouco maior. Vantage Master para quem não conhece é um jogo de estratégia/RPG da Falcom, reutilizaram aqui o nome no jogo de cartas. Além destes tem alguns outros mini-games simples em alguns momentos do jogo, como competição de natação que consiste em um simples QTE (Quick Time Event).

E aqui os personagens podem cozinhar comidas também, um padrão da série. Ao visitar cada barraquinha, restaurante o jogador poderá provar um prato local oferecido, aprendendo assim a receita. Cada personagem tem um “dom culinário” diferente, logo tem a tendência a criar um prato que supera a receita original, ou sair coisas como um “líquido roxo” hehe. Mesmo fora do grupo personagens podem cozinhar e enviar seus pratos (delivery já chegou em Erebonia). Para cada receita apenas um personagem pode criar o prato “superbo”.

O jogo conta com 5 diferentes dificuldades (Very Easy, Easy, Normal, Hard, Nightmare) e com modo “New Game Plus”, podendo herdar para a próxima jogada diversas coisas.

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Gráficos e trilha sonora

A engine gráfica pode não apresentar gráficos comparáveis a algumas produções AAA, estando ótimos em certos aspectos e não tanto em outros. Porém a atenção aos pequenos detalhes faz a diferença. E trabalharam bem certos assets, detalhes até sem importância, mas que acabam contribuindo para a imersão, ao chegar em um local e ver o logo do “leão com chifre” de Erebonia em uma boa qualidade, cada loja ter a sua identidade própria, mesmo barraquinhas de lanches. Só senti falta de banheiros, por algum motivo as casas não tem, não sei como a população de Zemuria se vira hehe. As animações vistas nas batalhas de arts mais avançadas ficaram muito boas também, assim como de S-Crafts.

Quanto aos personagens achei excelente a modelagem, uma bela evolução em relação aos jogos anteriores. Ao mesmo tempo que conseguem expressar bem emoções, as animações porém tem um certo ar superficial por vezes, com espaço para melhorar neste aspecto. Objetos nos cenários podem ir do quarto do hotel acima, muito bem criado, aos paezinhos da padaria abaixo, objetos com uma qualidade não tão boa.

O jogo tem opção de dublagem em japonês e inglês. Particularmente, achei muito boa a dublagem original japonesa. Na trilha sonora me chamou mais atenção músicas mais calmas, de cidades por exemplo que as de batalhas, algo um pouco diferente de outros jogos da série. De uma maneira geral, apesar de ter músicas memoráveis e até nostálgicas, não achei a trilha sonora mais marcante da série. Mas, deixo aqui de exemplo duas músicas que gostei bastante, a da tela inicial do jogo e do tema de uma cidade.

A trilha sonora completa está no Spotify dividida em 4 volumes.

Considerações finais

O jogo se divide em prólogo + 4 capítulos + um capítulo final, tendo uma duração média de em torno de 60 horas se jogar mais direto, mas facilmente podendo passar isto dependendo do quanto o jogador quiser completar do jogo. No meu caso aqui foram 198 horas haha.
Achei excelente o jogo de uma maneira geral, um dos melhores JRPGs da geração, com bastante conteúdo, personagens marcantes, uma excelente trama com mistérios e reviravoltas que ao mesmo tempo avança devagar mas instigando a curiosidade de seguir e saber o que acontecerá. As rotinas de treinamento porém podem ser um pouco cansativas, pois o jogo segue o mesmo template ao longo dos 4 capítulos, o andamento do jogo poderia ser melhorado (no Cold Steel II achei melhor este aspecto). Outro aspecto que ficou um pouco repetitivo é no enfrentar uma situação adversa tender a aparecer uma ajuda “na hora exata”. Ao mesmo tempo em que o enredo apresenta imprevisibilidade em relação a diversos acontecimentos (muito grande em alguns momentos devo ressaltar), tem este outro lado de em batalhas maiores tender a seguir este padrão. De resto, o jogo transversa entre momentos sérios nos acontecimentos importantes a cômicos nas conversas do grupo. São estudantes, por exemplo verão Musse flertando com o Rean a todo momento, Fred catando seus ingredientes peculiares e forçando colegas a comer seus experimentos culinários extravagantes, já recomendei acompanhar a Jingo, mas aqui prefiro não falar mais nada hehe. As interações da Class VII se darão com as mais diversas pessoas, como cientistas, empresários, o governo de Erebonia, tirando os treinamentos repetitivos, nunca ficará no mesmo, sempre terá algo novo ou curioso para se descobrir na jornada. Mesmo tendo o contexto estudantil, que particularmente não sou fã, acaba que a escrita do jogo consegue tornar isto interessante pelos personagens e interações dos mesmos. Outro ponto que pende melhorias é emendar diversas cutscenes após batalhas potencialmente difíceis nos finais dos capítulos sem deixar salvar o jogo antes. Em um capítulo precisei de 2 horas entre salvar e conseguir salvar novamente, pois além das batalhas teve próximo a 30 minutos de diálogos e cutscenes depois (muito interessantes). Só Falcom , me deixe salvar para o caso de uma falta de luz ou qualquer outro problema que eu tiver de parar no meio hehe.

O port para PC rodou perfeitamente estável aqui, tive apenas 3 crashes ao longo de todas as quase 200 horas de jogo (não perdi progresso, foram em momentos pontuais em 2 localidades, sem importância e o jogo tem auto-save). Outro detalhe é que fechando o jogo as vezes tinha de fechar manualmente o processo. Mas eu rodei abaixo dos requisitos mínimos. Bem provável que rodando dentro dos requisitos não ocorra nenhum problema. O jogo foi sempre bem estável porém, um ótimo port pela PH3 tenho de mencionar.

O sistema de batalhas do jogo é ótimo, envolvendo bastante customização possível nos equipamentos e quartz. A dificuldade do jogo porém não é alta (joguei no Hard), especialmente após a sua metade em diante. As Brave Orders e Break (que só inimigos entram no estado) são muito úteis e se usados em conjunto com a art Chrono Burst quando começa a ficar viável uso extensivo dela (que garante 2 turnos seguidos para o personagem) e crafts como o Quick Star da Juna que acelera turnos, literalmente podem fazer com que praticamente qualquer batalha possa ser vencida sem deixar os inimigos agirem, mesmo as de final de jogo.

E falei acima da atenção aos pequenos detalhes. Nada melhor que finalizar aqui comparando a Crossbell 2D de Trails From Zero e a 3D agora visitada pelo grupo em um dado momento.

Em resumo, mais um belíssimo jogo da série Trails, que se consolidou faz algum tempo já como uma das melhores séries de JRPGs. O final do jogo acaba de uma maneira que não tem como não querer continuar a história no Trails of Cold Steel IV que está por sair este mês.

Pontuando elementos:
+ Enredo e personagens interessantes.
+ Sistema de batalha em turnos excelente.
+ Boa trilha sonora.
+ Melhora nos gráficos em relação aos jogos anteriores.
– Progressão pode ter momentos “filler” sem muita importância nos treinamentos.

Links de compra das versões digitais: Gog, Steam, Nintendo Switch, PSN.
A versão física se encontra em estoque para Nintendo Switch na Play-Asia.

E era isto por hora, até o próximo post. 🙂

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