Review / Tutorial: Wonder Boy: Asha in Monster World

Pepelogoo, o seu companheiro gordinho de aventura

Ola, aqui é o Pena e hoje vamos relembrar um pouco a infância de muitos que viveram a era dos 16 bits com o jogo Wonder Boy: Asha in Monster World, um remaster do Monster World IV pra Mega Drive / Sega Genesis lançado em 1994 e que originalmente ficou somente no Japão.

A versão original já deu as caras em algumas gerações, entre elas temos:

  • No Playstation 2 dentro do “Sega Ages Vol. 29: Monster World Complete Collection”;
  • No Playstation 3 e no Xbox 360 no “Sega Vintage Collection: Monster World”;

Dessa vez o jogo recebe um remaster em 3d foi desenvolvido pela Artdink que produziu o Sword Art Online: Lost Song e está no “Project Triangle Strategy” da Square-Enix, enquanto a publicação dele foi feita pela a ININ Games, dos quais já fizemos o review do Bubble Bobble 4 Friends e do Umihara Kawase Bazooka.

Review feito em base da versão pra PS4
(código cedido pela ININ)

Titulo: Wonder Boy: Asha in Monster World
Produtora: Artdink
Distribuidora: ININ Games
Gênero: Aventura / Plataforma
Plataformas: PlayStation 4 e Nintendo Switch (28/05/2021) / PC (29/06/2021)
Mídia: Digital e Físico
Textos: Inglês

Link para compra da versão física:

  • Lista das versões disponíveis no site Strictly Limited Games: AQUI
  • Lista das versões disponíveis no site Play Asia: AQUI

Série Wonder Boy / Monster World

A série Wonder Boy, também conhecida como Monster World no Japão com a patente da Sega. Ela é bem antiga e começou nos arcades em 1986 e já teve algumas adaptações de outros jogos mais recentes, sendo o ultimo jogo da série produzido em 2018.

Infelizmente não joguei todos os jogos da série, mas com um pouco de pesquisa, segue os jogos já lançados da série:

  • Wonder Boy (1986): Original do arcade, teve port na época pro Master System e Game Gear, além de um mais recente para Wii via Virtual Console;
  • Wonder Boy in Monster Land (1987): Também é original para arcade, tendo o port para Master System, Wii (Virtual Console) e Nintendo Switch;
  • Wonder Boy III: Monster Lair (1988): Outro original dos arcades, recebeu port para Mega Drive / Sega Genesis e Wii pelo Virtual Console;
  • Wonder Boy III: The Dragon’s Trap (1989): Esse é original do Master System, tendo um port para o Game Gear e Wii pelo Virtual Console;
  • Wonder Boy in Monster World (1991): Original do Mega Drive, recebeu um port para o Master System e Wii pelo Virtual Console;
  • Monster World IV (1994): Esse é que você está lendo o review, saiu originalmente para Mega Drive / Sega Genesis, tendo port para PlayStation 2, PlayStation 3, Xbox 360 e Wii;
  • Monster Boy and the Cursed Kingdom (2018): Último jogo da série, foi lançado para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch, PC e Stadia;

Uma curiosidade da série é que muitos brasileiros tiveram contato com ela sem nem ao menos saber (eu sou um deles, só descobri isso muitos anos depois). O que acontece é que os jogos Monster Lair e Dragon’s Trap vieram pra o nosso solo trazidos pela Tec Toy (que tem os direitos de distribuição de boa parte dos consoles da Sega no solo brasileiro) com alterações dos sprites para os personagens da Turma da Mônica, tendo os jogos Mônica no Castelo do Dragão (Monster Lair) e Turma da Mônica em O Resgate (Dragon’s Trap).

História

Só faltou uma musica do Star Wars aqui haahaha

O Mundo dos Monstros aproveita a paz conquistada desde a derrota do líder dos monstros, mas a lenda que ele retornará pra assolar novamente as terras com o mal.

E é a partir daqui que acompanhamos Asha, uma garota que desafia a Torre do Silencio pra provar a sua força e ser reconhecida como heroína, desbravando as mais diferentes terras do seu mundo derrotando monstros malignos pra restaurar a paz.

A história é o básico já conhecido nos jogos de aventura da era dos 16 bits, mas tem uns detalhes que eu prefiro não comentar caso seja a sua primeira vez no jogo. Apesar de simples, ela mantém a atenção do jogador o suficiente pra completar o jogo, com um avanço gradual dos ocorridos e mudanças significativas na cidade ao longo da campanha.

Gráficos

Arraste pra ver a comparação dos gráficos
(imagens foram acertadas pra melhor comparar o momento)

O jogo foi todo recriado em 3D com gráficos muito bonitos e carismáticos, com o visual infantil e caricato que é característico da série. Vários efeitos de ataques e luzes ficaram bem legais, chamam bem a atenção e as cenas do jogo ficaram muito bonitinhas em diversos pontos.

Algo que já ocorria no jogo original é a troca de plano na navegação entre as partes da cidade e dungeons, aonde fica desenhado os “pontilhado” de onde você pode acessar a área superior. Os monstros também ficaram muito bonitinhos, os ataques deles ficaram bem engraçados, mantiveram o ar infantil o original.

Outro detalhe é a movimentação e mudança da aparência da Asha. No original ela sempre mantém a mesma aparência independente do equipamento utilizado, aqui qualquer novo equipamento utilizado fica diferente nela. As movimentações cômicas do original foram mantidas também, como o deslizar no gelo, ficou muito bonitinho.

Áudio

As musicas combinam muito nas batalhas

Como nos gráficos, eles usaram remixes das musicas originais, que já eram muito gostosas de ouvir e essas versões ficaram muito boas também. Boa parte é bem humorada pra manter o clima alegre do jogo, enquanto as musicas de chefes geralmente são bem mais agitadas pra deixar a batalha ainda mais legal.

Também da pra ouvir as músicas originais do jogo

Geralmente eu evito colocar qualquer tipo de código nos reviews, mas pra esse caso eu vou fazer uma exceção. Caso queria jogar ele com as musicas retro original, na tela título enquanto estiver o “press start”, digite .
Fazendo esse código libera a opção pra escutar as músicas retro durante a partida, bastante ativa-la no menu de configurações

Infelizmente não encontrei a OST do do remake, então vou deixar uma das músicas de chefe do original pra você aproveitar.

O jogo tem dublagem, mas somente em japonês e não é em toda conversa que são completas, maioria é apenas uma ou outra palavra justamente pra manter o clima cômico e infantil do jogo, mas que combina muito com a ideia dele. Os “wow” e outras interações da Asha ficam mais legais do que se ela realmente falasse frases inteiras.

Jogabilidade

Como foi falado anteriormente, ele é um remaster do jogo de Mega Drive / Sega Genesis, sendo um jogo de aventura em plataforma. No geral, ele é literalmente o mesmo jogo em 3D, mantendo boa parte das mecânicas originais, mas não se preocupe, nem ele e nem o original tem a jogabilidade travada que víamos com frequência naquela época.

Você não vai sair dando combos fenomenais, isso nunca foi o foco da série, mas mesmo dentro dela esse jogo já é bem mais fluido se você comparar com o Dragon’s Trap, por exemplo.

Menu

O menu dele é bem simples e intuitivo, sendo que está dividido entre Items, Sword, Shield e Bracelet. Em cada um deles você encontra todos os equipamentos e itens que você já adquiriu, podendo equipar ou usa-los conforme deseja. Cada equipamento modifica um ponto da Asha, sendo eles:

  • Espadas: aumenta o ataque e cada um tem uma quantidade de cargas pra o ataque mágico;
  • Escudos: Usado pra defesa dos ataques e tem chance de evitar dano do elemento dele;
  • Braceletes: Aumentam a quantidade de corações vermelhos da Asha.

Em todos eles, no canto esquerdo, você tem quando de vida você tem, quantos Life Drops coletou e o dinheiro. Essa parte eu entro em mais detalhes na parte da exploração.

Um detalhe novo é que você pode acessar direto o menu de sistema pra configura o que precisar e também pode salvar a praticamente qualquer momento, menos nas batalhas de chefes e sub-chefes, o que facilita bastante.

A cidade central: Rapadanga

Enquanto você não estiver explorando as regiões atacadas por monstros, você passeia pela cidade Rapadanga, aonde é possível conversar com os cidadãos, comprar itens e realizar algumas side-quests. Na fonte no centro da cidade você pode recuperar a sua vida antes de seguir pra a próxima aventura.

Existem algumas lojas bem específicas e os itens delas são únicos. Você consegue verificar quais melhorias receberá na comparação logo abaixo de cada equipamento. Não há loja que venda item de cura, somente umas máquinas de venda encontradas na exploração, mas isso eu entro em mais detalhes posteriormente.

No templo é aonde você acessa as regiões atacadas pelos monstros. Você vai precisar dos medalhões pra liberar o acesso delas, mas ao contrário do original, você tem livre acesso aos estágios mesmo depois de finaliza-los.

Exploração

A jogabilidade é bem simples, já que não temos combos aqui. O ataque é único e após carregar o símbolo “Magical Hit” que está no canto inferior esquerdo, você pode desferir um ataque mais forte gastando essa carga. Quanto ataques são necessários pra carregar depende da arma que você está utilizando

Durante o pulo você pode atacar o inimigos que estão embaixo de você e continuar atacando até tocar o chão. Isso é bem eficiente em pontos com muitos inimigos. Quando você derrota eles, pode cair dinheiro ou corações, mas fique esperto pois eles somem depois de um tempo.

Uma coisa interessante que ocorre desde o original é que inimigos que tem uma animação de ataque não lhe causam dano ao tocar eles, mesmo sem usar o escudo. Somente inimigos como essas slimes pegando fogo que não tem um ataque específico que causam dano ao toque (e os chefes, claro)

E o escudo é bem eficiente, te protege de diversos projéteis e se o ataque for do mesmo elemento, tem uma chance de negar o dano.

Tanto na cidade como nas áreas de exploração tem pontos que você precisa acessar o fundo da tela ou mudar de área. Alguns deles você aperta o botão indicado, enquanto outros você simplesmente move a Asha na direção que quer seguir. Só ficar de olho nos símbolos do chão e portas nas paredes das regiões exploradas.

Durante as explorações você encontra essas joias azuis, os Life Drops. Ao coletar 10 delas, Asha ganha um novo coração azul no seu contador de vida

Nessa estátua você recupera a vida da Asha, mas você encontrara poucas delas, o que vai mais encontrar nas explorações são as maquinas de venda automática.

Essas máquinas de venda automática tem poções que restauram a sua vida e as vezes algum item que você pode manter no inventário. Só tome cuidado que uma vez comprado, o item não é restaurado até você voltar pra a cidade.

E claro que não poderia faltar baús no jogo. Alguns tem itens necessários pra o avança da campanha, mas as vezes você precisa derrotar todos os inimigos da sala pra fazer eles aparecerem ou ativar algum outro mecanismo do jogo.

Também tem outros itens chaves no jogo, com esse balde, mas não vou entrar em detalhes deles pois fazem parte dos puzzles e isso é mais legal descobrir na hora do jogo.

Depois que você encontra o Gênio, ele pode te trazer de volta pra Rapadanga caso precise, sendo essa a única forma de retorno sem contar a finalização dos estágios.

E agora ao finalizar um estágio, mostra quantas Life Drops você coletou daquela região, divido até mesmo nos setores, dai se faltou algum, você pode retornar pra pegar o que faltou. Só que não são todos os locais que você pode retornar, então o melhor é tentar pegar tudo de primeira.

Pepelogoo

Bicho é comilão XD

O companheiro de aventura da Asha é esse monstro azul da raça Pepelogoo, nomeado somente como Pepe. Boa parte das mecânicas de puzzles do jogo envolvem as diversas habilidades que ele tem, então não vou entrar em detalhes de todas justamente pra não estragar a diversão de descobrir o que tem que fazer.

Apesar do tamanho dele, ele tem força nas orelhas o suficiente pra carregar Asha no ar por alguns momentos, podendo usa-lo pra planar e alcançar pontos mais longos ou até um pulo duplo (sem sacrificar o seu amigo, ela tem coração, ao contrário de um certo encanador haha)

Pepe também é resistente ao calor e ao frio, então lembre-se disso durante as suas aventuras, essa resistência vai te salvar em diversos pontos.

Como ele voa, consegue alcançar botões que a Asha não alcança. Vários pontos do jogo só são transpassáveis por causa disso.

E por ultimo, caso você morra enquanto Pepe estiver por perto e tiver um elixir no inventário, ele usa por você, te revivendo.

Mudanças no Remaster

A noite da Arábia… ♫ Opa, série errada hahaha

Enquanto a maior parte do jogo tem toda a estrutura do jogo original transportada para o 3D, houveram diversas modificações nesse jogo, segue uma lista do que eu consegui reparar (o que não foi pouca coisa):

  • Aumentaram a quantidade de life drops;
  • Algumas mudanças estruturais de layout de dungeons e hp de inimigos;
  • Agora pode salvar a qualquer momento e tem 12 slots em vez de 2;
  • Pode retornar nas áreas já finalizadas do templo;
  • Mostra a quantidade de life drops encontradas no final das dungeons;
  • Em vez de usar armadura, agora é bracelete que a Asha usa e os equipamentos agora mudam a aparência dela;
  • Estrutura do menu bem diferente com separações, além de carregar mais de 1 do mesmo tipo de item de cura e barras de ouro no mesmo slot
  • Mudança no drop dos inimigos;
  • Acréscimo da dificuldade fácil;
  • Maioria dos inimigos não reaparecem no estagio até sair da região geral e retornar lá;
  • Alguns puzzles tem respostas diferentes;

Jogo original na versão física

Port do jogo original pro PlayStation 4

Caso você compre a versão física do jogo nas versões americanas e europeias, recebe junto o port da versão original do jogo. No Nintendo Switch ele vem no próprio cartucho, enquanto na versão do PlayStation 4 vem o código pra download do mesmo. Vale ressaltar que a versão digital do jogo NÃO VEM com o port do original.

Conforme nos foi informado, no estrangeiro você consegue encontrar a versão física em lojas como Amazon e Wallmart, como também é possível encontra-las pelo site Strictly Limited Games, contendo a versão padrão do jogo e também duas versões diferentes pra colecionadores. Você pode encontrar a pagina com todas as versões clicando aqui.

Quanto ao port é exatamente o jogo original, mas totalmente em inglês pra facilitar a nossa vida. A arte dele é muito boa, principalmente pra a época.

Foi ai que eu me redimi e joguei o original pra fazer as comparações entre as duas versões.

Conquistas

O jogo é bonitinho e não é difícil no geral, mas completar a lista de conquistas dele já não é assim tão fácil, vai exigir que você explore bem o jogo e mesmo com a possibilidade de retornar nas telas finalizadas, ainda assim tem coisa perdível. Segue as conquistas mais trabalhosas:

ConquistaDescrição
Must’ve Been Tough Finding Them All, Eh?Achar todos os Life Drops
Keep It On the Hush-HushEncontrar o Vendedor Secreto

E caso você pegue a versão do física do PlayStation 4 e for jogar o port original, ele também tem uma lista de troféus, essa mais simples, bastando fechar o jogo, não precisa se preocupar com os extras dele.

Conclusão

Wonder Boy: Asha in Monster World da uma nova vida a franquia, trazendo gráficos muito bonitos e carismáticos em 3d que não deixam nada a desejar em comparação ao original, mas também traz diferenças que faz com que os antigos fãs da série quebrar a cabeça novamente com os puzzles e caçada aos itens dele.

A jogabilidade em geral mantém como era no original, que apesar de ser simples, já não era travada que nem os outros jogos da série, mesmo pra a época, então aqui você não vai precisar se matar muito pra aprender e dominar o jogo, ele não é que nem muito jogos da era dos 16bit que eram implacáveis e exigiam horas de treino pra passar pouca coisa, mas requer adaptação por que a cada novo estágio você precisa aprender novos detalhes pra passar deles.

Mesmo com o ar infantil que a série sempre teve, se você não virou um adulto chato e ainda curte jogos de aventura alegres, esse é uma bela pedida pra passar algumas horas jogando e se divertindo com o clima cômico do jogo.

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